
Investigação aponta desvio de recursos públicos para impulsionar desinformação e manipular debate político nas redes sociais
A Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (16) uma operação de grande escala para investigar um esquema de contratos públicos que teriam sido utilizados para financiar a disseminação de fake news em período pré-eleitoral. De acordo com as autoridades, os contratos somam aproximadamente R$ 3,5 bilhões e envolvem empresas de comunicação e marketing digital, além de servidores públicos e figuras ligadas ao meio político.
A investigação, que corre sob sigilo, aponta que parte significativa dos recursos foi destinada à contratação de serviços de impulsionamento de conteúdo em redes sociais, com foco na propagação de informações falsas, ataques a adversários políticos e manipulação da opinião pública.
Os alvos da operação são suspeitos de integrar uma estrutura organizada de desinformação, com o objetivo de influenciar o resultado das eleições por meio de narrativas falsas e conteúdo distorcido. Segundo a PF, há indícios de que os pagamentos foram disfarçados como campanhas institucionais e de publicidade oficial, mas sem comprovação de entrega efetiva de serviços.
Mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos em diversos estados, com foco em sedes de empresas, residências de investigados e órgãos públicos. Até o momento, não foram divulgados nomes dos alvos da operação, mas fontes ligadas à investigação indicam que há figuras conhecidas no cenário político entre os investigados.
A operação contou com o apoio da Controladoria-Geral da União (CGU) e do Ministério Público Federal (MPF), que acompanham os desdobramentos e devem se manifestar nas próximas horas.
A ação reforça a preocupação das autoridades com o uso indevido de recursos públicos para influenciar processos democráticos. O uso de fake news como arma eleitoral tem sido alvo de investigações em diferentes frentes, especialmente após o crescimento de campanhas de desinformação nos últimos anos.