
O ex-ministro do Turismo, Gilson Machado, foi preso na manhã desta quinta-feira (13) pela Polícia Federal durante a deflagração da Operação Corda Bamba, que apura suspeitas de desvio de recursos públicos e irregularidades em contratos firmados durante sua gestão à frente da pasta.
A prisão foi efetuada em Recife (PE), onde Machado atualmente reside. Segundo a Polícia Federal, ele é suspeito de participação em um esquema que teria direcionado verbas federais para empresas ligadas a aliados políticos, por meio de contratos sem licitação e com indícios de superfaturamento.
A operação cumpre, ao todo, 17 mandados de busca e apreensão e três mandados de prisão preventiva em Pernambuco, Distrito Federal e São Paulo. O inquérito, que corre sob sigilo, teve início a partir de auditorias internas do Tribunal de Contas da União (TCU) e de delações premiadas feitas no âmbito de outras investigações em curso.
Repercussão política
Gilson Machado foi ministro do Turismo entre 2020 e 2022, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro, e é conhecido por sua postura combativa nas redes sociais e forte alinhamento com pautas conservadoras. Após deixar o governo, tentou se eleger senador por Pernambuco, mas não obteve sucesso.
Até o momento, a defesa do ex-ministro não se pronunciou oficialmente. Em nota breve divulgada por seus assessores, Machado negou irregularidades e afirmou ser vítima de “perseguição política”.
O Ministério do Turismo e a Controladoria-Geral da União (CGU) também ainda não comentaram a prisão.
Investigação em andamento
De acordo com a PF, os investigadores analisam um suposto esquema de desvio que pode ultrapassar R$ 52 milhões. As empresas investigadas seriam de fachada ou prestadoras de serviços que não foram integralmente executados, especialmente em projetos de promoção turística internacional.
As autoridades também não descartam a possibilidade de lavagem de dinheiro e formação de organização criminosa.
A prisão de Gilson Machado marca mais um desdobramento da série de investigações envolvendo ex-integrantes do governo Bolsonaro e levanta debates sobre a fiscalização e transparência na gestão de recursos públicos.