
Brasília – 24 de abril de 2025 – Após uma transmissão ao vivo diretamente de um leito de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), o ex-presidente Jair Bolsonaro foi formalmente intimado por um oficial de justiça dentro do hospital em que está internado, em Brasília. A ação ocorreu na manhã desta quarta-feira (24) e teve autorização expressa do Supremo Tribunal Federal (STF).
A intimação se refere a um processo em curso no STF envolvendo investigações sobre atos antidemocráticos e possível obstrução de justiça. A decisão do ministro relator do caso, cujo nome ainda não foi oficialmente divulgado, foi emitida após avaliação de que a condição clínica de Bolsonaro não impedia o recebimento do mandado.
Fontes ligadas ao processo afirmam que a iniciativa foi tomada após Bolsonaro aparecer em uma ‘live’ na noite anterior, aparentemente lúcido e articulado, tratando de temas políticos e reafirmando sua inocência. A live, que teve ampla repercussão nas redes sociais, motivou questionamentos sobre a real gravidade de seu estado de saúde e serviu de base para que o STF autorizasse a diligência no hospital.
“O fato de o investigado realizar transmissão ao vivo demonstra plena capacidade de compreensão e comunicação, não havendo, portanto, impedimento para o cumprimento de atos processuais”, diz um trecho da decisão judicial.
A equipe médica do hospital, que não se manifestou oficialmente sobre o ocorrido, teria sido consultada previamente para assegurar que o procedimento não colocaria em risco a saúde do paciente. O oficial de justiça permaneceu no local por cerca de 15 minutos e entregou o documento diretamente ao ex-presidente, na presença de advogados.
A defesa de Bolsonaro criticou a medida, classificando-a como “invasiva e midiática”. Em nota, os advogados afirmaram que o ex-presidente está cooperando com todas as investigações e que “não haveria necessidade de um ato judicial em pleno ambiente hospitalar”.
O caso deve ter novos desdobramentos nos próximos dias, inclusive com a possibilidade de convocação de novos depoimentos. Até o momento, o STF não se pronunciou oficialmente sobre o conteúdo da intimação ou os próximos passos da investigação.