
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), tem enfrentado pressões
para pautar o projeto de lei que propõe anistia aos envolvidos nos atos de 8 de janeiro de 2023. No entanto, Motta tem sinalizado a aliados que a possibilidade de colocar o tema em votação é praticamente inexistente no momento.
Recentemente, o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), que anteriormente defendia a urgência na tramitação da anistia, recuou e afirmou que a decisão final cabe ao presidente da Casa. Segundo análise do colunista Tales Faria, do UOL, as chances de Motta se convencer sobre a necessidade de votar a anistia em regime de urgência são mínimas.
Em fevereiro, Motta declarou à rádio Arapuan FM, de João Pessoa (PB), que os eventos de 8 de janeiro não configuraram uma tentativa de golpe contra o presidente Lula. Ele classificou o episódio como uma “agressão às instituições”, mas minimizou sua gravidade ao afirmar que “golpe tem que ter um líder” e que não houve envolvimento das Forças Armadas.
Além disso, Motta tem buscado equilibrar sua atuação entre demonstrações de alinhamento ao governo e à oposição. Ele se reuniu com familiares de presos nos atos de 8 de janeiro, indicando uma tentativa de diálogo com diferentes setores políticos.
Diante desse cenário, a oposição espera que Motta e o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), cumpram acordos para pautar o projeto de anistia. No entanto, as chances de isso ocorrer no curto prazo parecem reduzidas, especialmente considerando as declarações públicas de Motta e a complexidade política envolvida.