
O presidente do Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas (TRE-AL), Klever Loureiro, decidiu barrar a remessa ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) do inquérito da Polícia Federal que investiga o presidente da Assembleia Legislativa de Alagoas, Marcelo Victor, no caso que ficou conhecido como o escândalo dos “sacos de lixo”.
A investigação, conduzida pela PF, apura suspeitas de irregularidades envolvendo a distribuição de dinheiro em espécie durante o período eleitoral, supostamente embalado em sacos de lixo. O caso ganhou repercussão nacional e levantou questionamentos sobre o uso de recursos para compra de apoio político e financiamento de campanhas em Alagoas.
A decisão de Klever Loureiro de manter o caso sob alçada do TRE-AL, impedindo que o processo siga para análise em Brasília, foi interpretada nos bastidores como uma manobra para preservar Marcelo Victor, figura influente no cenário político alagoano. A postura do presidente do TRE-AL gerou críticas de setores da sociedade civil e da oposição, que cobram maior transparência e imparcialidade na condução do caso.
Para especialistas, a decisão contraria o entendimento adotado em outros casos semelhantes, em que processos envolvendo investigações eleitorais sensíveis acabam remetidos ao TSE para garantir maior isenção e evitar interferências locais.
Com essa movimentação, a investigação da Polícia Federal segue em Alagoas, sob a supervisão do próprio TRE-AL, alimentando suspeitas de interferência política e de proteção a aliados. Enquanto isso, Marcelo Victor e sua defesa negam qualquer irregularidade e afirmam que o inquérito não passa de uma tentativa de desgastar sua imagem.
A expectativa agora é saber se o Ministério Público Eleitoral irá recorrer da decisão de Klever Loureiro, buscando reverter a medida e levar o caso ao TSE, onde poderia ser analisado com maior distanciamento do contexto político local.